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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

ARARINHAS-AZUIS SERÃO REPATRIADAS PARA O BRASIL NO FIM DO MÊS

A volta à natureza da ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) pode ocorrer mais cedo do que se esperava. Três exemplares da espécie, mantidos em cativeiro na Espanha e Alemanha, serão repatriados para o Brasil no final deste mês. Eles estão em quarentena e já passaram por todos os exames exigidos pelo Ministério da Agricultura. Em março, será feita a repatriação de um novo grupo desses animais. Ontem (4), o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), acompanhou a transferência de um casal de ararinhas na Europa. Com toda essa movimentação, o Cemave, que coordena o Plano de Ação Nacional (PAN) de Conservação da Ararinha-Azul, torce para que as aves se reproduzam logo e aumentem a população em cativeiro, criando condições para que a reintrodução à natureza seja feita antes mesmo de 2017, meta prevista inicialmete. “Essa possibilidade já vem sendo discutida nas reuniões do comitê gestor do PAN”, disse João Luiz, chefe do Cemave. A ararinha-azul é considerada extinta na natureza desde 2000. Atualmente, há no mundo apenas 79 indivíduos, mantidos em programas de cativeiro. A maioria encontra-se em mantenedores no exterior e somente cinco compõem a população reprodutiva no Brasil. A história de uma ararinha domesticada, descoberta nos EUA em 2002, quando ela já era considerada extinta na natureza, inspirou o cineasta brasileiro Carlos Saldanha a fazer a animação “Rio”, sucesso de bileteria no ano passado. Transferência Na segunda-feira, o Cemave coordenou a transferência de um casal de ararinhas-azuis – o macho Lampião e a fêmea Bonita – da Fundação Loro Parque, em Tenerife, na Espanha, para a sede da Association for the Conservation of Threatened Parrots (ACTP), na Alemanha. O objetivo de ações como essa, segundo a analista Camile Lugarini, que acompanhou os trabalhos, é aprimorar, ao máximo, o pareamento e melhorar os índices reprodutivos da população em cativeiro. As ararinhas foram embarcadas em um jato fretado especificamente para esse fim, o que garantiu o transporte separado de outros animais e com menos estresse. A viagem durou cerca de nove horas. Ao chegarem à ACTP, as aves foram colocadas diretamente na quarentena. “Elas não mostraram sinais de estresse, alimentaram-se durante o voo e passam bem”, informou Camile. Plano nacional O PAN da Ararinha-Azul foi instituído pelo ICMBio em fevereiro do ano passado. Prevê uma série de medidas para aumentar a população manejada em cativeiro e recuperar e conservar o habitat de ocorrência histórica da espécie até 2017. Para isso, o projeto Ararinha na Natureza desenvolve ações nas comunidades do município de Curaçá, na Bahia. O grande desafio do plano é manejar a população em cativeiro como uma população única, geneticamente viável e com crescimento considerável de, no mínimo, seis indivíduos ao ano. A espécie possui baixos índices reprodutivos. Os mantenedores que têm obtido melhores índices de nascimento são a Al Wabra Wildlife Preservation, no Qatar, e a ACTP, na Alemanha. Comunicação ICMBio